Dos seis que existem, aquele que é imaterial continua a ser o que maior desconforto me provoca. Talvez por ser o mais fiel. E eu, mesmo não tendo sempre razão, raramente me engano.
[Dani Arruda]
Impossível ser indiferente e não despejar o que invade minha lente. Lente de graus, de graus incoerentes. Vejo a vida desses tantos modos, modos tão inexperientes. Olho, vejo, sinto, penso e escrevo essas linhas displicentes. DANI ANDRADE
Seis meses depois eu conheci alguém e reconheci nele meu namorado imaginário! Foi imediato, assustador e inevitável. Ele saiu da minha imaginação, tal qual massinha de modelar, pulou na cadeira e criou forma: pés, pernas, coxas, barriga, !!!!, mãos, braços, pescoço, cabelos, olhos, boca, nariz (e nessa hora a massinha ficou meio torta), cílios, pêlos, unhas... e entrou no meu coração. Ele era real e estava bem ali na minha frente, falando mais do que cem bocas podiam falar, me olhando de canto de olho, escondendo o medo e ansiedade pra dentro do peito. E no Natal de 2009 eu não estava mais sozinha. Não senti aquele vazio. Me senti em paz. E aprendi que quando você abre seu coração (para o amor, para a paz interior, para a auto-estima, para a amizade, para a família, para o perdão...) ele faz a parte dele e lhe dá exatamente aquilo que você acha que merece. A questão é quando passamos a acreditar que merecemos o melhor, quando essa certeza chega, é impressionante: a gente simplesmente relaxa e solta! E quando solta, o medo começa a diminuir, e a gente começa a compreender que está tudo certo, mesmo quando não temos a menor idéia de que “certo” é esse. Mas quando menos esperamos, tudo fica absolutamente claro! E por tão belamente ter me permitido essa constatação – de que eu mereço o melhor – eu reconheci meu grande amor. Tão imperfeito como eu e qualquer outro ser humano, ele entrou na minha vida, acariciou minha alma e renovou meu coração.