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domingo, 13 de abril de 2008

Forçando a memória...

Ando um pouco preocupada com a minha memória. Ela simplesmente parou de funcionar. Tem situações que eu SEI, eu SEI que vivi, mas não me lembro. Esqueci tanta coisa. É como um filme que passa até um determinado capítulo, pára, pula vários capítulos e volta pro final e no meu caso, o final é o hoje, o presente. Eu tenho me esforçado para lembrar, mas tem sido inútil. Da minha infância são pouquissímas as boas lembranças. Lembro de uma camisolinha azul com hobby chiquérrimo que eu tinha... lembro do Billy - meu cachorro lindo e amarelo, mas não lembro o que aconteceu com ele - lembro de ganhar a pontuação máxima no Atari, se não me engano, no River Raid e meu pai me pegar, me levantar e me colocar no pescoço dele, comemorando minha vitória. Lembro dos meus tios Deósio, Sandra e Ailton que tornavam minha infância tão mais doce. O tio Deósio levava desenhos para eu colorir, a tia Sandra levava salgadinhos (aqueles de palitinhos bem salgados) e o tio Ailton, me fazia rir, fazia biscoitos e levava filmes pra reunir todo mundo. Lembro de brincar de supermercado e escolinha com a minha irmã e de fazer cabaninha na beliche com a minha prima Roberta.
Já da minha pré-adolescência quase não lembro de nada, só de um menino chamado Eliseu que morava na minha rua e me mandava bilhetinhos de amor escondido dentro das fitas de videogame que trocávamos. Lembro da sensação boa que eu sentia ao lado de um amigo da escola na biblioteca, onde a gente sentava para tomar Mammy, conversar e ler. Lembro dos teatros da escola, eu sempre era a atriz principal, mas não lembro porquê e nem como meus amigos VIAM isso. Lembro da caminhada até o ponto de ônibus e a sensação pertubadora de gostar de um menino, o Adalto - ele morava quase em frente ao ponto de ônibus, então íamos juntos - mas não lembro se conversávamos, se ele também gostava de mim, só lembro do rosto dele, do sorriso...
Lembro das aulas de religião, da primeira vez que participei de uma conversa sobre sexo e realmente para mim, naquela época, era um assunto absurdo, inaceitável e proibido.
Ah! Mas a verdade é que as coisas ruins eu lembro, acho que de quase todas! Argh! Será que é algum distúrbio psicológico? Preciso anotar isso e perguntar pra minha terapeuta!


Autora: Dani Nostálgica

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