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segunda-feira, 24 de maio de 2010

Borboleta

Hoje fui à terapia. Sentei no sofá, coloquei a almofada no colo, olhei pra ela e chorei. De onde sai tanta lágrima, me fala? Caramba!!! É um choro tão sentido, tão doido, tão salgado, tão contido por tantos anos que eu o permito vir e ficar o quanto precisar. Tenho esperanças que assim, ele acabe um dia. Mas por enquanto, ele tem me acompanhado toda noite e todo amanhecer, mas o real problema aqui é que eu já nem sem mais o porquê. Obviamente que, racionalmente, eu sei que ele (o choro) não resolve nada. A vida continua exatamente a mesma, antes e depois dele. Mas ele vem, vem com tanta força que ate eu me assusto... E quando ela (a terapeuta) me perguntou porque eu estava chorando, eis a surpresa: eu não sabia responder. Na minha cabeça passava tanta coisa ao mesmo tempo e eu não sabia definir se era um choro de dor, de tristeza, de mágoa, de medo, de frustração, de cansaço, de dó de mim mesma. E ai, comecei me sentir tão pequenininha. Sentir dó de mim? Dai começou aquela avalanche de reticências... Então, ela (a terapeuta) me disse pra pensar em algo bom, que eu sentisse vontade de sorrir. E sabe o que aconteceu? Eu chorei! Chorei mais ainda. Chorei de soluçar. Chorei de escorrer o nariz. Chorei de sentir meu coração quase sair pelo peito. Chorei de perder o ar. E eu realmente atendi o pedido dela e estava pensando em algo bom, algo que mudou a minha vida e me fez ser uma pessoa melhor. Mas mesmo assim, eram as lágrimas que enchiam a minha alma. E senti falta do Sérgio. Eu precisava daquele abraço único que foi feito sob medida pra mim. O único abraço no Universo que consegue acalmar esse choro compulsivo e essa sensação de vazio enorme. O único abraço que consegue fazer meu coração sentir esperança na vida e nas pessoas. O único que consegue me fazer acreditar que tudo vai dar certo. E ai eu consegui dizer para ela o que estava machucando meu coração. E voltei para o trabalho me sentindo leve e em paz. E no caminho, uma borboleta cor mostarda pousou no meu ombro... bom sinal.
[Dani Arruda]

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