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segunda-feira, 22 de agosto de 2011

... Meu casamento ...

O dia do meu casamento ficará marcado na minha mente e no meu coração para sempre. Hoje me lembro de amigas me dizendo que valia à pena, que era uma sensação única e inenarrável e penso que elas estavam absolutamente certas. Valeu à pena. Tudo, absolutamente tudo valeu à pena. Um casamento começa muito antes da cerimônia e muito antes de qualquer preparativo. Trata-se de uma mudança interna, de uma reflexão séria sobre quem você é, o que você quer ser e como vai ser. Casar para mim foi como terminar uma longa faxina, aquela que demora muito para acabar porque existem muitas coisas para colocar no lugar, muita sujeira para limpar, muito lixo para por pra fora, mas quando você termina, com aquele cansaço desesperador e olha ao redor e vê aquilo tudo limpo, brilhando, cheiroso, cada coisa no seu lugar, você toma um delicioso banho, se deita e sorri, porque apesar do cansaço, você sabe que amanhã tudo será melhor. O casamento foi assim, um processo de mudança interna, de sérias reflexões, de escolhas, de desafios, de criação de novos sonhos, novas metas, novos rumos. E o processo não foi simples, muito menos fácil. Doeu, sangrou, inflamou, mas sarou e não deixou cicatrizes. Mas a decisão ou a percepção mais importante para mim neste processo, foi entender de uma vez por todas que a felicidade está dentro de nós. Que nada, nem ninguém tem o poder de nos fazer felizes. Aprendi algo que nunca mais vou esquecer: que ser feliz, depende única e exclusivamente de mim mesma, da minha auto-estima, do meu perdão para os meus próprios erros, do meu amor incondicional, da minha capacidade de rir de mim mesma, de me permitir tentar sem ter a certeza que vai ser como eu espero, da minha fé de que Deus me criou para viver uma vida plena e feliz. A partir deste momento, tudo mudou como em um passe de mágica. O Universo pode fazer a sua parte e conspirou para que todas as etapas fossem fluindo, serenas e definitivas. Eu me senti uma nova pessoa, mesmo sabendo que eu ainda era a mesma, algo no meu coração havia mudado para sempre, o meu olhar mudou, cresceu, melhorou. Passei a enxergar além das imagens, a escutar além do som, a amar além do convencional. Trata-se de um sentimento que sinceramente, acho impossível de explicar, impossível de descrever. É uma sensação de plenitude, de paz de espírito, de comunhão com Deus, com os anjos, com o Universo e com todo o mistério que nos envolve. Quando finalmente chegou o dia, eu estava numa banheira, relaxando no famoso "Dia da Noiva" e eu chorei, um choro libertador, profundo, fiel aos meus 32 anos de tantas experiências desagradáveis, tanto sofrimento de alma, tanta dificuldade de ser feliz. Chorei de soluçar por muitos minutos seguidos e sentia as lágrimas lavarem profundamente a minha alma, meu coração e a minha vida, como se elas estivessem me abençoando para recomeçar. E apesar do choro profundo, eu só conseguia agradecer à Deus por me dar a oportunidade de estar vivendo aquele momento e de sentir a felicidade pulsando no meu sangue e na minha alma. Depois daquele banho de lágrimas de libertação eu senti uma paz indescritível, me senti serena, me senti leve, me senti plena. O casamento estava marcado para as 19h e exatamente nesta hora foi que o cabelereiro foi finalizar o meu cabelo e mesmo sabendo que todos estavam me esperando e que o atraso estava absurdo, eu não consegui sentir nada além de paz e de certeza de que tudo iria dar certo. Quando cheguei na igreja e fiquei de frente para aquela porta enorme de braços dados com o meu pai, neste momento, eu comecei a viver minha experiência extra-corporal. Eu sai do meu corpo e pude me ver lá de cima. O ar estava quente, o céu estava limpo e a lua estava brilhante. Eu flutuei e me vi lá embaixo, com o homem que até aquele momento, era o mais importante da minha vida. De repente ouvi os clarins e senti o sangue fervendo correndo por minhas veias, o coração saltava do peito, as pernas tremiam e as lágrimas lutavam para sairem sem serem bloqueadas. A porta se abriu e olhei lá de cima, todas as pessoas que eu amo ali reunidas, por alguns instantes pensei que não iria suportar tanta emoção: a música, os braços do meu pai, Cristo me olhando nos olhos lá do alto daquela altar, todos os meus amigos e familiares... ainda não consigo imaginar uma situação (que eu tenha vivido) que pudesse superar isso. Eu flutuei, pelo tapete azul turquesa e pelos ares da igreja. Minha alma se confundia com meu corpo e eu já não sabia mais o que eu era. Eu era a felicidade em pessoa. Quando ele, meu presente de Deus, me deu a mão, meu coração simplesmente respirou profundamente, minhas pernas se firmaram, as lágrimas voltaram para dentro de casa e o sangue parou de ferver. Ao lado dele, eu só sentia paz. A partir deste momento eu não consegui pensar em nada, somente em agradecer à Deus e ao Universo por estar vivendo aquele momento e por ter me encontrado com a minha própria alma. 
 
[Dani Arruda Andrade]

Um comentário:

Laís Helena disse...

o sonho tava lindo!! Deus é bom demais.