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domingo, 4 de julho de 2010

Quando eu abri meu coração



Um dia (exatamente dia 25/12/2008) eu olhei ao meu redor e percebi que estava faltando alguma coisa. Eu estava rodeada de pessoas queridas e que eu amo incodicionalmente (pai, mãe, irmãos, primos, tios, vó, amigos), mas naquele dia, senti um vazio enorme dentro do meu coração. Senti a ausência de alguém pra amar. E naquele dia, eu decidi que estava na hora de abrir o coração. Já era hora de decidir querer ser amada e amar. E quando eu fui pra casa, naquela madrugada quente mais chuvosa, eu me deitei na cama e criei o meu namorado (imaginário).
Ele não fuma, é mais velho do que eu, é bem alto, não tem história mal-resolvida com ninguém, gosta de dormir, ama assistir filmes agarradinho no sofá, aprecia uma boa culinária, é absolutamente encantado pelas coisas pequenas... um cheiro, um beijo, um carinho, um girassol. Esse meu namorado imaginário tem o sorriso mais bonito do planeta. E quando ele me abraça eu me sinto mais perto de Deus. E a gente se encontra naquele intervalo entre as coisas que são ditas e aquelas em que as palavras não alcançam e se transubstancia em cores, aromas, cometas, estrelas, galáxias, incandescências... imanências. Um namorado que não desconfia, não investiga e não acusa. A gente se entende pela saliva, pelo olhar, pela pele, pelo coração, nosso tesão começa na alma só que explode. Ele apóia meus sonhos mesmo não concordando com eles. Ele é um homem que admiro tanto que nem é possível descrever com palavras. Ele me surpreende, mas sem inventar, sem exagerar. Me ensina ser uma pessoa melhor e me entende quando eu não consigo. Porque ninguém consegue às vezes. Nem ele. Com ele não tem regra, não tem pressão, não tem chantagem. Só amor, o amor que faz crescer. E esse meu namorado imaginário fica, se permite, se entrega, se compromete. Ele é presente e me apresenta para todos os parentes. Ele não é perfeito, mas é real e faz parte de mim.

(...)

Seis meses depois eu conheci alguém e reconheci nele meu namorado imaginário! Foi imediato, assustador e inevitável. Ele saiu da minha imaginação, tal qual massinha de modelar, pulou na cadeira e criou forma: pés, pernas, coxas, barriga, !!!!, mãos, braços, pescoço, cabelos, olhos, boca, nariz (e nessa hora a massinha ficou meio torta), cílios, pêlos, unhas... e entrou no meu coração. Ele era real e estava bem ali na minha frente, falando mais do que cem bocas podiam falar, me olhando de canto de olho, escondendo o medo e ansiedade pra dentro do peito. E no Natal de 2009 eu não estava mais sozinha. Não senti aquele vazio. Me senti em paz.  E aprendi que quando você abre seu coração (para o amor, para a paz interior, para a auto-estima, para a amizade, para a família, para o perdão...) ele faz a parte dele e lhe dá exatamente aquilo que você acha que merece. A questão é quando passamos a acreditar que merecemos o melhor, quando essa certeza chega, é impressionante: a gente simplesmente relaxa e solta! E quando solta, o medo começa a diminuir, e a gente começa a compreender que está tudo certo, mesmo quando não temos a menor idéia de que “certo” é esse. Mas quando menos esperamos, tudo fica absolutamente claro! E por tão belamente ter me permitido essa constatação – de que eu mereço o melhor – eu reconheci meu grande amor. Tão imperfeito como eu e qualquer outro ser humano, ele entrou na minha vida, acariciou minha alma e renovou meu coração.
Hoje ele completa mais um ano de vida e a única coisa que posso fazer, além de lhe dedicar um dos meus singelos textos, é orar à Deus agradecendo o maior presente que Ele poderia ter me dado e pedir encarecidamente que Ele me ensine e me ajude a fazer deste homem, o homem-mais-feliz-do-mundo!

Cherry, te amo pra sempre!

[Dani Arruda]

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